Terapia induz uma resposta imunológica que faz com que o sistema de defesa do corpo reconheça e combata o tumor
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em outubro, um tratamento inovador contra linfoma não Hodgkin. A doença é um tipo de câncer no sangue que afeta os linfócitos, células responsáveis por proteger o corpo de infecções.
A terapia desenvolvida pela empresa norte-americana Kite é específica para pacientes que não conseguiram cura após o tratamento padrão ou em casos de reaparecimento da doença. Diferentemente da leucemia, que também é uma forma de câncer no sangue, o linfoma surge no sistema linfático, responsável pela defesa do organismo.
De acordo com a Anvisa, a terapia com células geneticamente modificadas, as CAR-T Cells, tem demonstrado perfil de segurança e eficácia no tratamento de pacientes graves. O produto aprovado é composto por células T projetadas para eliminar células tumorais.
Como funciona a tecnologia
O tratamento modifica geneticamente os linfócitos, que são células que fazem parte do sistema imunológico. A terapia induz uma resposta imunológica que faz com que o sistema de defesa do corpo reconheça e combata o tumor. O CART-T está disponível nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Israel, e alguns países da Europa.
Os linfomas não Hodgkin, responsáveis por mais de 12 mil casos por ano, são divididos em três tipos, de acordo com o tipo de célula que atingem: linfomas de células B (ou linfócitos B), linfomas de células T (ou de linfócitos T) e linfomas de células NK (células natural killer ou exterminadoras naturais). Os linfomas de células B são os mais comuns, respondendo por 85% dos casos de linfomas não Hodgkin.
“Yescarta oferece uma nova opção de tratamento com potencial curativo para pacientes com prognóstico ruim e que atualmente possuem poucas opções de tratamento”, diz Jayr Schmidt Filho, líder do centro de referência de neoplasias hematológicas do A.C Camargo Cancer Center.
O tratamento será submetido à aprovação de preço junto à Câmara Brasileira de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) pela Kite, biofarmacêutica especializada em terapias celulares de cura ao câncer.
Este texto foi publicado originalmente em CNN