A maioria das gestantes não apresenta sintomas durante a gestação, o que pode representar riscos no momento do parto
A cada 10 mulheres, duas desenvolvem diabetes gestacional, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS). O quadro geralmente ocorre depois da segunda metade da gravidez – por volta da 24ª semana – e pode acometer qualquer pessoa, mesmo com histórico saudável.
A médica Solange Travassos, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), explica que existem três situações diferentes com risco de diabetes.
“A primeira, uma mulher com diabetes já diagnosticado que engravida. A segunda, uma mulher que tinha diabetes, desconhecia o diagnóstico e descobre no início da gestação; e há ainda o diabetes gestacional, que geralmente ocorre após a metade da gestação e pode ser transitório”, afirma.
No decorrer da gravidez, é normal que a gestante passe por mudanças no equilíbrio hormonal. A placenta é responsável pela liberação do hormônio lactogênio placentário (HLP) que bloqueia a ação da insulina – reguladora do nível de glicose –, fazendo com que o pâncreas seja forçado a aumentar a secreção de insulina para fazer uma compensação.
Para algumas mulheres, no entanto, esse processo não ocorre adequadamente. Sem conseguir controlar o aumento do nível de glicose no sangue, elas acabam desenvolvendo um quadro de diabetes gestacional, explica Solange.
Sintomas
O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher e nem sempre apresenta sintomas. Por este motivo, é importante fazer o acompanhamento da glicose na primeira consulta do pré-natal e a partir da 24ª semana de gravidez repitam a glicose em jejum e sejam submetidas ao teste oral de tolerância à glicose.
Tratamento
Ter diabetes gestacional pode aumentar o risco de pressão alta durante a gravidez e de complicações para o bebê, como parto prematuro, necessidade de parto cesariana, baixo nível de açúcar no sangue e desenvolver diabetes tipo 2 mais tarde na vida.
A doença deve ser acompanhada com consultas de pré-natal regulares e o monitoramento do açúcar no sangue. “Monitorar a glicose no sangue é fundamental para acompanhar o tratamento do diabetes e organizá-lo com relação à administração dos medicamentos, aos alimentos e por fim, mas não menos importante, à prática de atividades físicas”, orientam especialistas do portal Tipo Você, da Roche Diabetes Care.
Também é fundamental seguir uma dieta saudável, com o consumo de alimentos indicados pelo médico, nos horários certos; ser ativo fisicamente, com atividades moderadamente intensas para reduzir o açúcar no sangue; e monitorar a saúde do bebê.
– Este texto foi publicado originalmente no site Metropoles