Desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, uma das principais candidatas a vacina contra o coronavírus teve experimentos interrompidos após adoecimento de um paciente que vinha recebendo a imunização em estudo.
A AstraZeneca anunciou nesta terça-feira (8/9) que os ensaios clínicos com a vacina de Oxford, como ficou conhecida, foram suspensos após um participante do Reino Unido ter sofrido reações adversas — segundo uma nota da empresa, trata-se de uma pausa “rotineira” na produção de vacinas no caso de algum dos pacientes ter um “adoecimento sem explicação”: “É uma ação que precisa acontecer sempre que houver um adoecimento sem explicação em algum dos testes, enquanto isto é investigado, assegurando a manutenção da integridade dos experimentos”.
“Estamos trabalhando para acelerar a revisão deste evento pontual, de forma a minimizar qualquer impacto no cronograma de testes.”
O Stat News, site estrangeiro de notícias especializado em saúde que publicou primeiro sobre a interrupção, informou que não se sabe detalhes da reação adversa do participante do Reino Unido. Citando fontes próximas ao caso, porém, o site relatou que o estado de saúde do paciente indica que ele deve se recuperar.
A vacina passou com sucesso das fases 1 e 2 de testes, e está atualmente na etapa 3, que normalmente envolve milhares de pacientes e pode durar vários anos. Neste caso, estavam participando dos experimentos com o projeto da AstraZeneca-Oxford 30 mil pessoas nos Estados Unidos, Reino Unido, África do Sul e Brasil.
Todas instituições que participavam do experimento internacional foram colocadas em suspenso enquanto uma investigação independente analisa a segurança da vacina. Depois, agências reguladoras poderão decidir se os testes serão reiniciados ou não, explica o editor de assuntos médicos da BBC, Fergus Walsh.
Esta é a segunda vez que testes com a vacina de Oxford são suspensos, acrescenta Walsh. São acontecimentos esperados em grandes ensaios clínicos quando um voluntário é hospitalizado com alguma condição de saúde não imediatamente conhecida.
Acredita-se que os testes possam ser retomados em questão de dias.
“Em grandes testes, doenças acontecem por acaso, mas devem ser revistas de forma independente para garantir uma verificação cuidadosa”, explicou um porta-voz da Universidade de Oxford.
Fonte: BBC News