As manifestações clínicas da bronquiolite aguda em crianças são típicas e, na maioria das vezes, bastam para o diagnóstico.
As manifestações clínicas são típicas e, na maioria das vezes, bastam para o diagnóstico. Todo e qualquer tipo de exame complementar deve ser utilizado única e exclusivamente em quadros atípicos ou em casos graves quando se quiser inferir o grau de gravidade.
Pode-se avaliar a necessidade de Radiografia de tórax, Hemograma, Gasometria , testes virológicos (Imunofluorescência indireta , Reação em cadeia da polimerase – PCR, imunoensaio enzimático, imunocromatografia, imunoensaio ótico e outros).
EAS e urinocultura podem ser necessários em quadro de manutenção de febre persistente, com suspeita de ITU febril (cerca de 5-10% de ITU concomitante à bronquiolite).
Hemograma completo: hemograma também não é recomendado em todos os pacientes, pois não é adequado para a diferenciação entre infecções virais e bacterianas. A leucocitose é um achado comum, embora a contagem do diferencial seja normal.
Radiografia de tórax: não deve ser pedida de rotina, sendo reservada para quadros graves ou quando houver suspeita de pneumonia bacteriana ou outros diagnósticos. Devemos suspeitar de pneumonia, principalmente se a criança tiver febre a partir de 39ºC ou crepitações focais.
Comumente, a radiografia revela hiperinsuflação pulmonar e, ocasionalmente, espessamento peribrônquico. Em alguns casos, pode evidenciar também infiltrados lobares e/ou atelectasias. Visualiza-se, ainda, retificação dos arcos costais devido à retenção de ar.
Testes virológicos: o diagnóstico etiológico de bronquiolite pode ser confirmado através de secreções do aspirado nasofaríngeo, que são as amostras mais fidedignas para a identificação do VSR.
As provas de diagnóstico rápido (imunoensaio enzimático, imunocromatografia e imunoensaio ótico, imunofluorescência indireta) apresentam menor sensibilidade que a imunofluorescência direta, no entanto, são as mais empregadas devido a sua baixa complexidade e rapidez.
Os testes virológicos não são recomendados de rotina e são mais usados para fins de vigilância epidemiológica do que para fins diagnósticos. Sendo assim, são reservados àquelas crianças que necessitem de internação hospitalar ou para identificar a etiologia viral das epidemias, tanto nas comunidades quanto nos hospitais.
A proporção da doença causada por determinado vírus depende da estação do ano e dos vírus circulantes no ano corrente, mas a causa mais comum é o vírus sincicial respiratório, seguido por rinovírus. Também pode ser causada por parainfluenza, metapneumovírus humano, influenza, adenovírus, coronavírus e bocavírus humano.
– Texto publicado originalmente no Portal PEBMED