Dados do semestre apresentados pelo DOF e PRF apresentam queda de até 50% nas apreensões de maconha
As ações impostas pela Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai que têm como objetivo erradicar o cultivo de maconha que abastece os países vizinhos e as facções criminosas no Brasil já surtem efeito nas apreensões de entorpecentes dos principais órgãos de combate ao tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento de Operações de Fronteira (DOF).
As grandes operações da Senad, como a que destruiu 865 toneladas de maconha no mês de abril de 2018 no distrito de Amambay, solo paraguaio, com o apoio da Polícia Federal brasileira, resultaram na diminuição de apreensões nas estradas federais e estaduais, bem como nas vicinais em Mato Grosso do Sul, segundo avaliação do DOF e PRF.
Segundo o comandante do DOF, coronel Kleber Haddad Lane, ocorreu uma diminuição de pelo menos 50% no montante de maconha apreendido no primeiro semestre de 2018 (28,4 toneladas) em relação ao mesmo período de 2017 (56 toneladas).
“Tivemos uma diminuição considerável na apreensão de maconha e acreditamos que isso se deva à atuação da Senad, muitas vezes apoiada pela Polícia Federal brasileira. Ações neste ano resultaram em plantações, acampamentos e locais de benefício e entrepostos da droga destruídos. Para se ter ideia, as mais de 800 toneladas destruídas em abril é o dobro do que a PF apreendeu de maconha em 2017 todo”, disse.
Outro que confirma esta atuação positiva que reflete os dados levantados pelas instituições brasileiras é o inspetor da PRF na delegacia de Dourados, Valdir Brasil. Segundo ele, atividades de combate ao tráfico que destroem lavouras, acampamentos e locais de benefício da droga em solo paraguaio resultam em diminuição das apreensões. “Isto não ocorria, por exemplo, nos últimos dois anos quando as apreensões bateram recordes”, disse. A PRF apreendeu no primeiro semestre 18% menos maconha (84 toneladas) em relação ao mesmo período de 2017 (103 toneladas).
Na contramão desta situação, no entanto, as apreensões de cocaína – droga considerada mais cara no mercado de entorpecentes – e de munição, entre elas as de calibres 9 milímetros e para fuzil, têm aumentado consideravelmente.
A explicação para esta situação ainda é estudada pelas forças policiais e os respectivos departamentos de inteligência.
Recentemente, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, visitou Dourados como pré-candidato à Presidência da República e argumentou, reforçando a posição do Governador do Estado, Reinaldo Azambuja, correligionário de PSDB, de que a união do Brasil com outros países da América Latina se faz necessária no combate ao tráfico de drogas e crime organizado. Com a constatação entre a ação da Senad e o reflexo nos números do DOF e PRF, o argumento ganha força.
Jonal O Progresso