As queixas ligadas à cólica menstrual e à endometriose estão cada vez mais comuns. Felizmente despontam novas opções de tratamento — inclusive sem remédios
Um sofrimento intenso e recorrente, que pode se arrastar por anos sem diagnóstico e interferir na autoestima e na qualidade de vida — eis o que as dores pélvicas fazem com uma multidão de mulheres no Brasil e no resto do mundo.
A aflição é antiga: Hipócrates, o pai da Medicina, já havia documentado o problema por volta de 460 a.C. Séculos depois, não é raro que a causa do incômodo continue um enigma a ser decifrado no consultório. E isso quando a dona da dor presta queixa ao médico – muita mulher ainda acha que aqueles desconfortos no baixo ventre são normais e aguenta as pontadas firme, só e calada.
Pra início de papo, há dores e dores. No ciclo menstrual, é comum que parte da ala feminina encare episódios de dismenorreia, o nome técnico da cólica típica desse período. No entanto, se o suplício se torna persistente ou incapacitante, pode indicar a presença de alguma encrenca nas bandas do útero ou em suas vizinhanças.
É o caso da endometriose, condição que tem azucrinado cada vez mais mulheres em idade reprodutiva e pode atrapalhar inclusive a vontade de ser mãe. “Hoje o estilo de vida tende a empurrar a decisão de ter filhos para depois dos 30 anos e é normal as mulheres engravidarem menos vezes. Com isso, elas acabam menstruando mais ao longo da vida”, explica o ginecologista Newton Busso, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.