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O que a ciência já descobriu até hoje sobre a cannabis para epilepsia

Os estudos feitos até agora apontam tanto uma redução nas crises convulsivas, quanto na progressão da condição. 

A regulação da cannabis medicinal no Brasil foi marcada pela luta de uma mãe que viu no canabidiol (CBD) a única alternativa para conter as crises epilépticas da sua filha. Seis anos depois, a planta virou alternativa para aproximadamente 50 mil pacientes no país.

Até hoje, produtos feitos com cannabis são uma das poucas soluções para outras mães que também contam com o óleo para conter as crises dos seus filhos, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida.

A segunda segunda-feira do mês de fevereiro é o Dia Internacional da Epilepsia, que acomete aproximadamente 5 a cada mil crianças de 0 a 9 anos. Veja o que a ciência já descobriu sobre o tratamento com a cannabis

Ação da cannabis na epilepsia

A cannabis é conhecida por ter uma ação rápida com efeitos colaterais mínimos. Isso porque os chamados canabinoides podem agir diretamente no corpo e no Sistema Nervoso Central (SNC) modulando as funções neurológicas.

Um dos canabinoides mais conhecidos produzido pela cannabis sativa, o CBD, por exemplo, é capaz de controlar as descargas dos neurotransmissores, o que consequentemente pode reduzir tanto a intensidade das crises como a frequência delas.

Há casos de pacientes que relatam uma melhora já nos primeiros meses, com uma redução cada vez maior de convulsões.

Mas há estudos que provem isso?

Apesar de se popularizar a pouco tempo, a cannabis já era estudada no Brasil desde a década de 1970.

Tanto, que foi dentro das paredes da Universidade Pública de São Paulo (USP) que os efeitos relaxantes do canabidiol foram descobertos pela primeira vez. Atualmente, o Brasil é o país que mais pesquisa sobre o canabinoides no mundo.

Quem descobriu os efeitos da erva para epilepsia foi um brasileiro, oprofessor Elisaldo Carlini, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

A descoberta foi através de um estudo duplo-cego (onde nem o pesquisador e nem as pessoas estudadas sabem o que está sendo administrado).

No trabalho, o  professor descobriu o potencial anticonvulsivante do CBD com resultados significativos. Ele foi feito com oito pacientes, quatro deles tiveram a suspensão completa das crises convulsivas e três uma redução significativa.

Confirmação em outros estudos

Outra pesquisa realizada em 2015, contou com 38 pacientes com epilepsia refratária que utilizaram o óleo de CBD.

O estudo concluiu que quase 80% dos pacientes tiveram uma redução de mais de 50% das crises convulsivas.  Fator que influenciou na intensidade e também no uso de medicamentos antiepilépticos.

A eficácia foi testada não só aqui, mas também lá fora. Um artigo publicado na Revista New England Journal of Medicine, por exemplo, comparou o uso do canabidiol com placebos, que demonstrou mais uma vez os benefícios da planta.

Estudos com outras doenças relacionadas à epilepsia

Em 2018, uma pesquisa envolvendo 30 centros clínicos e 225 pacientes com síndrome de Lennox-Gastaut, testou os efeitos do canabidiol em doses diárias durante 14 semanas.

Os resultados foram uma redução significativa das crises convulsivas de pacientes com idades que variavam de 2 a 55 anos.

Outro trabalho feito um ano antes, mostrou que o canabidiol diminuiu pela metade as crises decorrentes da Síndrome de Dravet, tanto em adultos quanto crianças.

De acordo com outro estudo publicado na  revista científica BMJ Pediatrics Open no final de 2021, um medicamento desenvolvido com toda planta a cannabis foi capaz de reduzir em até 86% das crises epilépticas em crianças.

Em 2020, a USP de Ribeirão Preto também percebeu que o CBD impediu a progressão da epilepsia em ratos geneticamente modificados, além de bloquear novas crises.

 

 

Fonte: Cannalize

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