O ano de 2021 foi marcado pela pandemia de COVID-19, entretanto avanços em outras áreas da medicina não pararam e a cardiologia não foi diferente, deixamos aqui os principais conceitos e mudanças sobre insuficiência cardíaca.
Mudanças sobre insuficiência cardíaca
1- O tratamento clínico é a pedra angular da terapia para IC com fração de ejeção reduzida. A cesta de medicamentos conta com inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) / bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA), com ou sem inibidor da neprilisina, betabloqueadores (Bb), antagonistas mineralocorticoides e inibidores do co-transportador de sódio-glicose 2 (iSGLT2).
2- A terapia de ressincronização é recomendada para pacientes com fração de ejeção menor que que 35%, com QRS acima de 150 ms, com morfologia de bloqueio de ramo esquerdo.
3- Se a etiologia da IC for isquêmica, pacientes com fração de ejeção abaixo de 35% têm indicação de implante de cardiodesfibrilador, para outras etiologias o dispositivo deve ser considerado.
4- O tratamento para IC aguda deve englobar a resolução da causa da descompensação e pode ser necessário o uso de diuréticos, vasodilatadores, agentes inotrópicos, dispositivos de suporte circulatório e terapia de substituição renal, conforme apresentação clínica.
5- O seguimento pós alta hospitalar em 1 a 2 semanas, a nível ambulatorial, é recomendável a fim de avaliar sinais de congestão, a tolerância em relação as drogas, e o aumento de doses de acordo com as recomendações de diretrizes.
6- Pacientes com IC devem ser periodicamente avaliados para anemia e deficiência de ferro, a reposição do mineral com carboximaltose férrica está indicada em pacientes com ferritina abaixo de 100 ng/mL e deve ser considerada em pacientes com valores entre 100 e 299 ng/mL.
7- Pacientes em que a fibrilação atrial é considerada a culpada pela piora clínica são considerados para isolamento das veias pulmonares.
8- Pacientes com dilatação ventricular e insuficiência mitral importante, secundária, devem ser avaliados para reparo percutâneo da valva mitral.
9- Pacientes acima dos 65 anos, com aumento da espessura da parede ventricular, devem ser rastreados para amiloidose, pois o tratamento com tafamidis pode impactar no desfecho da doença.
10- A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada ainda carece de droga modificadora de doença, porém alguns medicamentos, como a espironolactona e os inibidores SGLT2 mostraram algum avanço no tratamento da doença.
Fonte: Portal PEBMED. Autor, Gabriel Quintino Lopes.