Durante todo o primeiro ano de vida dos meus dois filhos, amamentei sem usar fórmula infantil.
Já foi demonstrado que o leite materno é uma fonte ideal de nutrição para os bebês, com muitos benefícios para o cérebro em desenvolvimento, o sistema imunológico e o trato digestivo. Fiquei feliz por ter podido oferecer a eles esse apoio.
Mas, quando fiz um exame de sangue em busca de substâncias tóxicas persistentes durante as pesquisas para meu livro sobre poluição, descobri que existem pesticidas proibidos há mais de 40 anos que ainda estão presentes no meu corpo. E também há evidências de que baixos níveis de contaminantes químicos podem ser transmitidos pela mãe para o leite materno.
Quanto ao leite de fórmula, ele também está sujeito à contaminação por substâncias tóxicas e bactérias potencialmente prejudiciais, o que tem causado grandes sustos alimentares e recalls nos últimos anos.
Tudo isso me fez imaginar o que há de verdade nos primeiros alimentos consumidos pelas crianças — desde os ingredientes mais benéficos até as substâncias ocultas, indesejáveis ou até tóxicas. E, considerando o que sabemos sobre alguns dos riscos, o que pode ser feito para melhorar todas as opções disponíveis para os bebês — seja o leite materno ou de fórmula — e oferecer o melhor início de vida possível?
O leite que muda todo dia
O leite materno é considerado a melhor opção para o primeiro alimento de um bebê. A Organização Mundial da Saúde recomenda que os bebês devem mamar exclusivamente no peito nos primeiros seis meses de vida.
O alimento consiste principalmente de água, gordura, proteínas, vitaminas, sais minerais, enzimas digestivas e hormônios. Ele é rico em anticorpos maternos e possui propriedades anti-infecciosas.
O leite materno também é um alimento dinâmico e adaptável — ele é mais gorduroso à tarde e à noite que de manhã, por exemplo, e também varia durante uma mesma mamada.
Quando o bebê pega o peito, o primeiro jato de leite é ralo e rico em lactose, o que faz com que mate a sede e seja fácil de beber. O chamado leite posterior que se segue é mais cremoso e gorduroso, saciando mais a fome. Esse aspecto dinâmico é um dos motivos por que é difícil reproduzir o leite materno, apesar dos consideráveis avanços da qualidade do leite de fórmula.
“O leite humano varia ao longo da lactação, ao longo do dia, entre o início e o final da mamada e, até certo ponto, devido a fatores maternos, com a alimentação da mãe”, ensina Mary Fewtrell, professora de nutrição pediátrica do University College London, que publicou um estudo científico sobre a lactação.
“Com tudo isso, fica difícil decidir qual a quantidade exata que deve ser incluída em uma fórmula cuja composição não muda com a idade do bebê”, afirma ela.
Fewtrell destaca os ingredientes não nutrientes do leite materno, como hormônios, células (incluindo células-tronco) e microRNAs (pequenas fitas de material genético), que fornecem propriedades únicas.
“Nós ainda não compreendemos totalmente a função de todos esses componentes, mas… muito provavelmente, eles permitem que a mãe transmita informações para o bebê sobre suas próprias experiências e o ambiente”, explica ela. “E é por isso que a amamentação às vezes é descrita como ‘nutrição personalizada’.”
Mas, embora mais de 80% dos bebês americanos sejam amamentados no início da vida, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, esse percentual cai para 58% após seis meses. As autoridades de saúde vêm tentando aumentar esse percentual, oferecendo, por exemplo, mais apoio às mães para que amamentem.
O diagnóstico e o tratamento de condições como a língua presa nos bebês também pode ajudar. Mas, enquanto isso, os pais que usam leite de fórmula talvez também queiram entender mais sobre o produto, incluindo o que pode ser feito para melhorá-lo.
“O leite materno é a norma biológica para os bebês humanos e fornece benefícios para a mãe e para o bebê, mas algumas mulheres podem não conseguir amamentar ou decidir não fazê-lo. Outras preferem amamentar parcialmente”, afirma Fewtrell.
“Para os bebês jovens, a única alternativa segura se um bebê não for amamentado (ou se não for totalmente amamentado) é uma fórmula infantil projetada para atender às necessidades nutricionais dos bebês e sustentar seu crescimento e desenvolvimento normal.”
Para isso, é preciso ter flexibilidade. Fewtrell afirma que não existe uma abordagem genérica para a nutrição infantil.
Rumo a uma fórmula melhor
A fabricação de fórmulas infantis avançou muito nas últimas décadas.
No século 19 e no início do século 20, a mamadeira não era uma opção segura. No início do século 20, até 80% dos bebês alimentados com mamadeira em orfanatos morriam durante o primeiro ano de vida, seja de desnutrição ou devido a infecções causadas por mamadeiras não esterilizadas.
Desde que a fórmula infantil começou a ser produzida comercialmente em 1865, usando apenas quatro ingredientes principais (leite de vaca, trigo, farinha de malte e bicarbonato de potássio), seu teor nutricional vem sendo aprimorado de formas notáveis.
Mas o que há na fórmula infantil hoje em dia?
Diversas fontes de gordura são frequentemente empregadas no leite de fórmula, incluindo leite de vaca ou de cabra (muitas vezes desnatado, de forma que ele não é tão gorduroso quanto o leite materno) e óleos vegetais, como óleo de palma, girassol ou canola, além de ácidos graxos.
Um desses ácidos graxos, chamado ácido docosa-hexaenoico (DHA, na sigla em inglês – um tipo de gordura de ômega-3) tem função importante no desenvolvimento dos bebês e agora é um ingrediente obrigatório na União Europeia.
No leite de peito, o principal carboidrato é a lactose. Na fórmula, ela normalmente é acrescentada à base de leite desnatado em pó. Também se acrescenta maltodextrina (um carboidrato derivado do milho ou da batata).
No Reino Unido, não se costuma acrescentar glicose (açúcar), mas, nos Estados Unidos, açúcares como xarope de milho são regularmente utilizados. Um problema é que eles podem aumentar o risco de problemas dentários nos bebês quando seus dentes começam a nascer.
As principais proteínas do leite materno são o soro e a caseína, que mudam de proporção à medida que o bebê cresce, além da lactoferrina, que é encontrada em concentrações mais altas no colostro – o primeiro leite que a mãe produz após o parto.
A quantidade e a composição das proteínas diferem nas fórmulas com base em leite de vaca e de cabra, que contêm razão entre caseína e soro mais alta que o leite materno.
As fórmulas de origem vegetal normalmente são feitas de proteína de soja. A fórmula também contém uma mistura de vitaminas (incluindo A, D, B e K), sais minerais como cálcio, magnésio, ferro, zinco e muitos outros elementos residuais.
Infelizmente, o leite de fórmula pode também conter ingredientes ocultos indesejados. Da mesma forma que descobri poluentes no meu corpo, substâncias tóxicas também podem chegar à fórmula infantil.
Metais pesados
Em 2017, a organização norte-americana sem fins lucrativos Clean Label Project, que testa produtos para determinar substâncias tóxicas como pesticidas e metais pesados, concluiu que quase 80% das 86 amostras de fórmula infantil testadas tiveram resultado positivo para arsênico.
Ela também descobriu que as fórmulas à base de soja apresentaram sete vezes mais cádmio – um metal carcinogênico encontrado em baterias – que outras fórmulas.
Dois anos mais tarde, pesquisadores do Clean Label Project e do departamento de neurologia da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, publicaram um estudo sobre o teor de metais pesados de 91 fórmulas infantis.
Eles concluíram que 22% das amostras de leite de fórmula testadas ultrapassaram o limite de exposição de chumbo definido pela legislação estadual da Califórnia, enquanto 23% excederam o limite estadual para cádmio.
O estudo concluiu que “a contaminação com baixos níveis de metais pesados é generalizada” em alimentos e fórmulas infantis e que “mais pesquisas são necessárias para entender os efeitos de longo prazo à saúde dessa exposição diária crônica a baixos níveis de metais pesados em bebês”.
Outro estudo sobre alimentos para bebês conduzido na Suécia concluiu que a exposição a cádmio na fórmula infantil administrada às crianças é até 12 vezes mais alta que nas crianças que são amamentadas, embora os níveis ainda estejam dentro dos limites semanais toleráveis definidos pela OMS e pela FAO.
A bióloga ambiental Jackie Bowen, diretora-executiva do Clean Label Project, foi coautora do estudo. Ela defende maior transparência sobre os contaminantes ocultos que acabam nos nossos alimentos, incluindo a fórmula infantil.
Segundo Bowen, as regulamentações sobre segurança alimentar podem omitir esses contaminantes por concentrar-se principalmente em patógenos microbianos como E. coli, que causam envenenamento alimentar agudo de curto prazo.
Mas as agências reguladoras da segurança alimentar afirmam reiteradamente que estão tentando ativamente lidar com a questão dos metais pesados nos alimentos para bebês.
A Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), por exemplo, insiste que monitora regularmente os alimentos para bebês em busca de elementos tóxicos e toma medidas se eles representarem preocupação com a saúde. A agência afirma que trabalha com as empresas alimentícias e outros agentes, tentando reduzir ao máximo possível os níveis de metais pesados e outras substâncias tóxicas nos alimentos para bebês.
Mas um relatório recente da Comissão de Supervisão e Reforma da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos criticou a FDA e as empresas alimentícias por não fazerem o suficiente.
“Os consumidores estão cada vez mais preocupados com a forma como os alimentos que consumimos estão relacionados a doenças crônicas de longo prazo, como o câncer ou a infertilidade, que podem levar décadas para manifestar-se”, explica Bowen.
Ela acrescenta que, nos Estados Unidos, a regulamentação da segurança alimentar é “omissa” quando o assunto é a contaminação por metais pesados. “Existe uma distância crescente entre o julgamento da lei e o julgamento da opinião pública sobre o que significa um alimento seguro.”
Metais pesados, como cádmio e chumbo, ocorrem naturalmente na crosta da Terra, de forma que é impossível eliminá-los por completo.
Mas Bowen argumenta que as atividades humanas, como a mineração, a extração de petróleo por fratura hidráulica, a agricultura industrial e o uso de água residual para irrigação exacerbam a presença de metais pesados no ar, na água e no solo, na forma de poluição.
Ao contrário dos patógenos microbianos que podem ser destruídos com aquecimento do leite e outros métodos, não existe uma forma de livrar-se desses contaminantes quando eles chegam a um produto, segundo ela.
Na verdade, o problema precisa ser combatido no início do processo, começando com solo limpo e não contaminado. Afinal, a fórmula começa na agropecuária, já que os principais ingredientes vêm de produtos agrícolas ou de animais produtores de leite.
“Se você quiser um produto acabado de alta qualidade, é preciso ter ingredientes de alta qualidade”, explica Bowen. “Eles vêm de solo saudável e nutritivo, que vem de boas políticas ambientais que não permitam que haja aquele nível de poluição que contribuiu para o problema.”
Bowen explica que certos ingredientes da fórmula sofrem maior risco de contaminação por metais pesados. A soja, por exemplo, é um substituto vegetal comum do leite de vaca, mas tende a bioacumular metais pesados, da mesma forma que o cânhamo. Já a proteína de ervilha não apresenta essa mesma tendência.
A questão da água
Os contaminantes ocultos da fórmula infantil são apenas uma parte do problema.
O leite de fórmula em pó é misturado com água da torneira para criar o leite para os bebês, o que traz riscos à saúde em regiões onde a água é contaminada por canos velhos se descamando. Isso aconteceu, por exemplo, na cidade de Flint, no Estado americano de Michigan, em 2021.
A exposição ao chumbo também pode prejudicar as mães que amamentam. Embora as tubulações de chumbo estejam sendo gradualmente substituídas, os exames da água concentram-se tipicamente nos micróbios, e não nos altos níveis de metais pesados, segundo Bowen.
“Uma coisa é resolver o problema da fórmula infantil, mas, sem resolver a contaminação por metais pesados da água potável que você mistura com o leite em pó para dar ao bebê, você só está resolvendo a metade do problema”, afirma ela. “O que estamos fazendo para evitar essas questões, antes de mais nada?”
O plano de ação Closer to Zero da FDA americana pretende reduzir a exposição dos alimentos consumidos pelos bebês e crianças pequenas a arsênico, chumbo, cádmio e mercúrio. Ele poderá ser uma etapa rumo a alimentos mais limpos.
Ingredientes comuns da fórmula infantil, como palma e soja, já levantaram preocupações ambientais mais amplas, pois a sua produção muitas vezes envolve a destruição de habitat florestal nativo.
Para algumas pessoas, a solução é utilizar ingredientes orgânicos, adquiridos ao máximo possível de fontes locais. Na Austrália, por exemplo, o fabricante de leite de fórmula Bubs compra leite de criadores locais de cabras e vacas. Eles afirmam que essa prática os ajuda a garantir a rastreabilidade dos ingredientes utilizados.
Alimentação do microbioma
Nos últimos anos, vem aumentando a consciência sobre o importante papel do microbioma humano, o ecossistema de micro-organismos existente dentro do nosso corpo e sobre a pele, incluindo nosso sistema digestivo.
Emily Bloxam, nutricionista pediátrica da City Dietitians, em Londres, especializada em nutrição neonatal e alergias, explica que, embora a composição nutricional da fórmula seja agora mais próxima do leite humano do que nunca, o leite de peito é “um condutor fundamental” para o desenvolvimento do microbioma intestinal do bebê.
Os componentes do leite materno que possibilitam esse desenvolvimento, como os anticorpos maternos e as bactérias intestinais saudáveis, ainda não podem ser fabricados artificialmente.
“As bifidobactérias (bactérias benéficas) são um probiótico importante encontrado no leite materno. Elas colonizam o intestino dos bebês durante os primeiros mil dias de vida e favorecem a função imunológica, reduzindo o risco de asma, eczema e sintomas gastrointestinais”, explica Bloxam.
“O leite materno também contém prebióticos chamados oligossacarídeos do leite humano (HMOs, na sigla em inglês), que alimentam as bifidobactérias, permitindo seu crescimento.”
Mais de 150 tipos de HMOs já foram encontrados no leite materno humano. Na verdade, descobriu-se que o microbioma intestinal dos bebês amamentados no peito é claramente diferente dos bebês alimentados com leite de fórmula.
Algumas fórmulas infantis hipoalergênicas agora incluem aditivos prebióticos e probióticos, projetados para aproximar o microbioma intestinal dos bebês alérgicos a leite ao dos bebês amamentados com leite materno.
Suplementos probióticos de bifidobactérias recém-desenvolvidos podem ser misturados com leite materno ou de fórmula para bebês que nasceram de cesariana e, portanto, não foram expostos a algumas das bactérias intestinais das suas mães, como ocorre durante o parto normal. Alguns HMOs também foram elaborados quimicamente para adição à fórmula infantil.
Mas, mesmo com todos os ingredientes adicionais, o leite de fórmula ainda não tem uma característica importante do leite materno: a capacidade de mudança e adaptação constante.
Bloxam explica que o leite materno fica em um complexo estado de fluxo constante. “A quantidade e a composição dessas substâncias benéficas varia entre as mulheres de acordo com uma série de fatores, como a genética, a região geográfica, estágios de lactação e a alimentação. Mesmo em um único indivíduo, a composição do leite materno é alterada diariamente para atender às necessidades do bebê.”
Leite produzido em laboratório?
Uma forma de possivelmente imitar algumas dessas propriedades pode ser o cultivo de células produtoras de leite materno em laboratório — algo que os cientistas estão começando a explorar.
A start-up BioMilq, da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, foi fundada pela bióloga celular Leila Strickland, depois que ela enfrentou dificuldades para produzir leite materno em quantidade suficiente para seu primeiro filho.
Sua equipe retira células de tecido mamário humano e leite materno e as cultiva em frascos no laboratório. Elas recebem uma mistura de nutrientes e vitaminas e são incubadas em um biorreator, onde as células iniciam a secreção dos componentes do leite que são encontrados no leite humano natural.
Mas a BioMilq ainda precisa de alguns anos para que seus produtos cheguem ao mercado. E o leite produzido em laboratório ainda não seria formulado individualmente de acordo com as necessidades variáveis do bebê, como o leite da sua própria mãe.
Outras companhias de biotecnologia também estão trabalhando em projetos de produção de leite em laboratório que poderão mudar a forma como pensamos na fórmula infantil industrializada no futuro.
Em Singapura, a empresa Turtle Tree Labs está cultivando células de diversos mamíferos diferentes, incluindo vacas, ovelhas, cabras, camelos e, agora, seres humanos, para criar componentes do leite.
E, em Nova York, os pesquisadores da start-up Helaina estão usando processos de fermentação que programam células de levedura para fabricar proteínas funcionais do leite humano, que poderão um dia ser acrescentadas ao leite de fórmula e a outros produtos alimentícios para bebês.
Mas o leite materno é um fluido em constante mutação, o que o torna um alvo em movimento. Alguns de seus componentes ainda não são totalmente compreendidos, segundo a professora Mary Fewtrell.
“Podemos produzir fórmulas com bastante sucesso para fornecer nutrição segura e adequada, de forma que o bebê cresça e se desenvolva conforme o esperado”, afirma ela.
“De fato, tem havido melhorias na composição das fórmulas infantis nos últimos anos, para que elas possam reproduzir com mais fidelidade os padrões de crescimento e alguns desenvolvimentos observados em bebês amamentados no peito. Mas acho que será impossível imitar um dia os componentes ‘não nutrientes’ desse líquido complexo.”
Sobre as minhas pesquisas sobre a minha própria carga tóxica do corpo e as substâncias prejudiciais que talvez estivessem presentes no meu leite materno, a nutricionista Emily Bloxam me tranquiliza: “eu incentivo a amamentação sempre que possível, pois os benefícios para a mãe e para o bebê superam em muito os eventuais riscos [de contaminação].”
Parece que não sou a única a se perguntar sobre os ingredientes do próprio leite. A ex-médica da família Stephanie Canale é a fundadora da empresa Lactation Lab na Califórnia (Estados Unidos), que analisa leite materno para determinar seu teor nutricional, além das substâncias tóxicas do ambiente.
As mães enviam para a empresa amostras congeladas do seu leite de peito para verificar os níveis de diversos ingredientes, incluindo vitaminas e sais minerais. A ideia é adaptar sua alimentação de acordo com as necessidades.
Canale afirma que, quando examinamos a nutrição de um bebê, precisamos incluir tudo, desde as vitaminas da fase pré-natal até a alimentação consumida pela mãe durante a fase de amamentação e as refeições do bebê que começa a deixar de mamar. A fórmula infantil pode ser uma parte desse mosaico nas famílias que a adotarem.
“É uma abordagem holística”, afirma Canale. Ela gostaria de ver regulamentações mais rigorosas sobre o conteúdo das fórmulas infantis nos Estados Unidos.
“Sou do Canadá e ainda fico surpresa com a quantidade de xarope de milho, com alto teor de frutose, presente nos produtos norte-americanos, incluindo o leite de fórmula”, ela conta.
“As mães irão orientar essa mudança, dizendo que precisam saber melhor o que está sendo incluído nesses produtos – especialmente o leite de fórmula, pois a criança está comendo a mesma coisa todos os dias, sem variações [como as naturalmente presentes no leite materno].”
No caso das substâncias tóxicas (se elas atingem o leite materno ou de fórmula), a questão claramente não é apenas como podemos fornecer nutrição segura para as nossas crianças.
É também como podemos fornecer a elas e às gerações futuras um ambiente saudável para viver e reduzir a poluição ao longo de toda a cadeia alimentar. Uma resposta, certamente, é começar a usar menos substâncias prejudiciais em primeiro lugar.
*Anna Turns é jornalista ambiental e autora do livro “Livre-se dos Tóxicos: Formas Fáceis e Sustentáveis de Reduzir a Poluição Química” (em tradução livre).
– Este texto foi publicado em BBC News