Por que uma pessoa responde melhor a um determinado tratamento medicamentoso do que outra? A resposta pode estar no genoma humano. A medicina tem entre suas vertentes a medicina personalizada, ganhando principal destaque a farmacogenética, que estuda como as diferenças genéticas influenciam as respostas aos remédios. O objetivo dessa área da medicina é entender de forma mais rápida, precisa e segura qual o melhor tratamento para cada paciente, impedindo o agravamento das enfermidades e garantindo longevidade e uma melhor qualidade de vida.
Apenas no DB Molecular, no primeiro semestre de 2021, foi computado um aumento de mais de 400% na procura por exames de farmacogenética, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Boa parte dessas solicitações tinha como objetivo auxiliar o médico na prescrição de uma terapia medicamentosa mais eficaz e com menos efeitos colaterais, principalmente para tratamento de doenças, como depressão, psicose, ansiedade e epilepsia.
Essa grande variação de respostas aos medicamentos se dá por múltiplos fatores, como a adesão terapêutica, o estágio da doença, a presença de doenças sistêmicas, a dieta realizada pelo paciente e a própria variação genética do indivíduo. Isso porque cada indivíduo tem pequenas variações que são próprias do seu DNA, conhecidas como polimorfismos. Essas modificações ocorrem nas enzimas associadas à metabolização dos fármacos, influenciando assim a velocidade em que esse medicamento é processado pelo organismo, desde o momento em que é administrado até, por fim, ser eliminado. Se o medicamento for processado muito rapidamente, ele pode não desempenhar o efeito desejado no organismo. Por outro lado, se demorar muito para ser metabolizado, podem ocorrer os efeitos colaterais.
Para descobrir a velocidade de metabolização de cada fármaco, é realizada uma simples coleta de sangue, que identifica as variações presentes nos genes que podem interferir nas respostas aos remédios.
É preciso destacar que existem dois grupos de genes responsáveis pela ação do medicamento. O primeiro grupo é constituído pelos genes que influenciam na forma como o organismo modifica o fármaco. O segundo consiste nos genes que influenciam a maneira como o medicamento modifica nosso organismo.
Essa melhor seleção de medicamentos, com base nas informações genéticas, pode significar menores efeitos colaterais e melhores resultados ao tratamento. Com isso, há benefícios para os pacientes, mas também para o serviço de saúde, já que o indivíduo não precisará retornar ao médico com tanta frequência para trocar os medicamentos.
Diante desse cenário, a farmacogenética pode auxiliar no tratamento de doenças crônicas, como câncer, Alzheimer, Parkinson e depressão, identificando polimorfismos associados com a eficácia e os efeitos colaterais dos medicamentos, que geram diferentes respostas ao tratamento para cada grupo de indivíduos.
Com isso, podemos concluir que exames farmacogenéticos são necessários para todos aqueles que passam por tratamentos prolongados e/ou intensivos e que precisam de um acompanhamento médico mais próximo. Esses são exames que podem gerar um grande ganho na qualidade de vida do paciente.
*Andressa Paladino, Isabella Maria Dias Payão Ortiz, Maíra Cícero Ferreira, Pamella Silveira Sulai são Especialistas de Produtos do DB Molecular.
Fonte: CNN Brasil