O Brasil tenta seguir os passos dos países centrais como Europa e Estados Unidos, não levando em conta que esses países atingiram o pico e estão enfrentando a diminuição dos casos.
Congestionamento CPTM – Foto: Milton Jung
O portal infoMoney informa que os analistas do Bradesco prevêem queda de 4% para o PIB do Brasil em 2020. E os números se mostram bastante otimistas comparados com os dados reais da economia.
A produção industrial recente sofreu queda de 9,1% e ficou muito abaixo das expectativas, sendo que bens de capital recuou 15,2% e bens duráveis 23,5%, comparados com o mês anterior. Esses números apontam para uma queda de 20% na produção industrial em abril e queda de 16,6 % do PIB, ficando muito além da projeção.
Eles apontam a queda da massa salarial, refletindo o fechamento de empresas por conta da quarentena.
Essa é a situação da economia quando o governo ensaia o afrouxamento da quarentena que já era bem frouxo. E ainda não considera que estamos em crescimento do número de casos, não atingimos o pico da curva. Isso traria um aumento da quantidade de infectados com o vírus e também a quantidade de mortes.
O Brasil tenta seguir os passos dos países centrais como Europa e Estados Unidos, não levando em conta que esses países atingiram o pico e estão enfrentando a diminuição dos casos de contágio.
Ademais algumas cidades, aqui, começam a decretar parada total da circulação, de maneira ilegal. Só poderiam fazer isso com mudanças na constituição, uma vez que essa atitude viola direitos fundamentais da população.
Naqueles países ainda paira a dúvida de que vão de fato diminuir a quarentena. Em parte por não querer correr o risco de voltar a aumentar o contágio e também da possibilidade de uma segunda onda. Mas fundamentalmente estão tentados a reduzir a quarentena por causa do péssimo desempenho das economias.
Considerando ainda que o Brasil não fez testes em massa, os números apresentados da pandemia estão subestimados, aumentaram significativamente casos de mortes por infecções respiratórias não confirmadas por coronavírus, tudo isso indica total descontrole sobre o verdadeiro estado da pandemia.
Enquanto Europa e EUA, começam a reabrir as fábricas, deparam-se com vários problemas, como falta de condições de isolamento dos trabalhadores nas linhas de produção, falta de matérias primas importadas de locais onde a produção está parada e os estoques estão em níveis muito baixos.
O desemprego em grande quantidade e o isolamento fizeram despencar as vendas de automóveis, que foi o setor mais afetado pela pandemia.
Diante dessa situação as expectativas dos empresários na economia reduziram-se muito. É o que informa matéria da Exame a respeito da reabertura das economias da Europa e EUA durante a pandemia.
É fato que na imprensa oficial dos países, toda preocupação recai sobre a retomada da atividade nas empresas, pensando apenas nos lucros ou parte deles, que deixaram de ser contabilizados durante a pandemia e mesmo anteriormente a ela, como vinha ocorrendo com a crise de 2008.
E não demonstram nenhuma preocupação com as condições de vida da população. Esta que é a verdadeira responsável pela produção da riqueza através de seu trabalho dentro das empresas.
Essa situação a cada dia, mais se parece com as condições vividas pelos trabalhadores na época da Revolução Industrial. Sem segurança, cuidados mínimos com a saúde dos operários, baixos salários, resultando em fome, miséria e o distanciamento cada vez maior dos bens que eles produzem, por falta de renda mínima para satisfazer as necessidades básicas.
A saída para os trabalhadores é organizarem-se em conselhos nas fábricas e no bairro onde moram. E nesses conselhos discutir e estabelecer suas prioridades, necessidades etc. e as formas que utilizarão para lutar e se defender das crises da saúde e da econômica, uma vez que o estado e suas instituições estão protegendo apenas os empresários mais ricos e deixam a população operária relegadas à própria sorte.
Quando essa população produtora de riquezas conseguir se organizar, poderão perceber que são maioria na sociedade, e isso garante a força para enfrentar quem quer que seja, e assim sobreviver a essas crises.
FONTE: DIARIO CAUSA OPERARIA
