Pobreza na América Latina aumentaria em pelo menos 4,4 pontos percentuais, quase 29 milhões a mais de pessoas com comparado a 2019, atingindo 34,7% da população da região.
Além disso, exige ir além das pessoas mais pobres e alcançar amplos estratos muito vulneráveis da população, o que permitiria o progresso em direção a uma renda básica universal, para garantir o direito à sobrevivência.
Ao apresentar o relatório, Alicia Bárcena, Secretária Executiva da CEPAL, destacou que a manutenção da renda básica de emergência (IBE) ao longo do tempo, de acordo com a situação de cada país, é relevante, pois a superação da pandemia levará tempo e as sociedades deverão coexistir com a sociedade e com coronavírus, o que dificultará a reativação econômica.
Bárcena destacou que a pandemia tornou visíveis problemas estruturais do modelo econômico e as deficiências dos sistemas de proteção social e, por esse motivo, é preciso avançar na criação de um pacto social que considere os aspectos fiscais, sociais e produtivos.
Dada a queda de 5,3% do PIB e o aumento do desemprego de 3,4 pontos percentuais projetado pela CEPAL, este ano a pobreza na América Latina aumentaria em pelo menos 4,4 pontos percentuais, quase 29 milhões a mais de pessoas com comparado a 2019, atingindo 34,7% da população da região.
Ele acrescenta que a pobreza extrema aumentaria 2,6 pontos para afetar 83,4 milhões de pessoas, enquanto as desigualdades aumentarão em uma região caracterizada pela desigualdade e que os piores resultados são esperados nas maiores economias da região. .
Segundo o relatório, os grupos mais afetados pela crise socioeconômica serão mulheres, estratos de baixa e média-baixa renda, trabalhadores informais, crianças, adolescentes e jovens, idosos, população rural, indígenas, afrodescendentes, migrantes e pessoas com deficiência.
O estudo refere-se às medidas de proteção social implementadas pelos governos da região e, nesse sentido, Bárcena destacou que é necessário garantir renda, segurança alimentar e serviços básicos a um grande grupo de pessoas muito vulneráveis que não foram necessariamente incluídas em programas sociais antes da pandemia.
Ele acrescentou que é hora de implementar políticas universais, redistributivas e de solidariedade com uma abordagem baseada em direitos e construir sistemas universais de proteção social e, dentro disso, garantir o direito à saúde, superando a atual fragmentação e mercantilização desse serviço básico.
Ele também pediu, para sair da crise, repensar o modelo e consolidar as dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável, sem deixar ninguém para trás, conforme estabelecido na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, promovida pela ONU