Alopecia atinge 2% da população. Doença dermatológica tem caráter emocional
Um drama veio à tona na semana passada através da personagem Marlene, vivida pela atriz Elisa Lucinda, na novela das 19 horas da Rede Globo, e foi tema de reportagem especial do ‘Fantástico’ do último domingo: a Alopecia Areata. Mais comum do que se possa imaginar, é uma doença dermatológica autoimune que pode atingir pessoas de qualquer gênero ou idade, levando à perda importante de cabelos e pelos.
Mas o que vem a ser essa condição clínica? Como tratar e qual a relação com a saúde mental?
A alopecia areata, destacada na novela “Vai na Fé”, provoca a perda de cabelos em áreas de formato arredondado ou que se estendem por todo o couro cabeludo. Essa doença suscita cuidados não só do corpo, como da mente, pois, apesar de não provocar dor física, ela pode ter efeitos psicológicos importantes e, como tal, não deve ser desvalorizada.
Ansiedade, estresse e depressão podem desencadear alopecia
Os efeitos emocionais são fatores desencadeantes de alta relevância da doença. Um contexto emocional desenhado por ansiedade exagerada, estresse elevado e depressão, germinam um cenário perfeito para desenvolvimento da Alopecia.
As emoções precisam ser identificadas e acolhidas. Os sentimentos aflorados devem estar no nível da consciência, assim como os gatilhos que desencadeiam a ansiedade e o estresse em excesso.
Sem tratamento médico e psicológico, a tendência é que os fios acometidos vão atingindo um comprimento cada vez menor, pois a fase de crescimento capilar, conhecida por anágena, é reduzida e a área de “pelada” se torne cada vez mais extensa. É muito importante evitar a automedicação para não perder tempo com tratamentos inadequados.
Além disso, as condições físicas ocasionadas no quadro podem influenciar na autoestima e autoimagem do indivíduo. Mais uma evidência da importância da psicoterapia dentro do processo de controle da queda de cabelo.
Apesar da elevada frequência e da relevância quanto ao impacto psicológico, que fique claro que, sua origem não é ainda totalmente esclarecida, devido à influência de elementos genéticos, hormonais e ambientais. Existem registros de alterações hormonais, infecções e alterações súbitas da dieta, que podem desencadear a doença .Além disso, as respostas aos tratamentos disponíveis também podem ser bastante variáveis.
Alopecia não é contagiosa e cabelo pode crescer de novo
Estudos demonstram que a dinâmica tem relação direta com nossas células de defesa que criam anticorpos contra os fios do nosso cabelo, e por isso há um processo inflamatório que ocasiona a queda. Porém, diferente do que muitos pensam, a Alopecia não é contagiosa.
Existem vários tipos de alopecias, sendo a Areata a que possui maior incidência entre os pacientes. Estima-se que cerca de 2% da população poderá ter pelo menos um episódio ao longo da vida. A doença afeta tanto as mulheres como os homens e que surge mais frequentemente em crianças e adultos jovens.
Normalmente, as mulheres são as mais acometidas, principalmente após a menopausa. No entanto, vêm sendo observados casos em idades cada vez mais jovens e até em crianças. Apesar de não ter cura, a doença tem tratamento voltado para a diminuição da inflamação e a interrupção de seu processo evolutivo.
Com o tratamento adequado o cabelo pode crescer novamente, pois o quadro não destrói os folículos pilosos, só os mantém temporariamente inativos. Esse processo de afinamento dos cabelos ou de queda não acontece da noite para o dia. É uma evolução lenta e gradual. Mais um motivo para se estar atento aos efeitos e buscar ajuda precoce para auxiliar na contenção do processo inflamatório.
Vale lembrar que o diagnóstico precoce é essencial, pois a busca por um dermatologista, ao menor sinal de alteração no couro cabeludo, aliada a um tratamento multidisciplinar com um profissional de saúde mental, em muito agrega valor para reduzir os efeitos dessa doença dermatológica.
Texto publicado originalmente nosite de notícias Vida e Ação