Conheça quais são e como prevenir o contágio de alguns vírus que podem ser causadores de tumores
A ciência busca incessantemente formas de conter o avanço do surgimento de diversos tipos de câncer na população mundial. E existem alguns tumores que podem ser evitados, se forem tratadas corretamente as suas causas, como os cânceres que surgem a partir de vírus:
HPV (Papiloma vírus humano)
Câncer de colo uterino e genital
“Os exames ginecológicos preventivos podem identificar o aparecimento de verrugas genitais e no colo uterino antes ainda de se tornarem câncer. A remoção dessas verrugas resolve o problema”, destaca o oncologista Sérgio Fortier, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Câncer de nasofaringe
O processo de transformação do vírus em câncer acontece por meio de diversas mutações na célula, como no caso do câncer de nasofaringe. “A infecção crônica causada pelo vírus acaba gerando inflamações e mutações sucessivas, que apertam o gatilho para o desenvolvimento do câncer na célula infectada pelo vírus”, explica a oncologista Danielle Ferreira Neves, da Oncoclínica.
Prevenção
A medida preventiva mais preconizada para o HPV é o uso de camisinha. Isso porque na maioria das vezes, o contágio acontece via relação sexual desprotegida.
Além disso, a vacina do HPV é uma forma interessante de prevenir a doença. Existem duas vacinas para prevenção HPV aprovadas e registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e que estão comercialmente disponíveis: a vacina quadrivalente, que confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18. A outra opção é a vacina bivalente, que confere proteção contra HPV 16 e 18.
Hepatites B e C
Carcinoma hepático (câncer de fígado)
A infecção pelos vírus da hepatite B e C pode levar a uma quadro de hepatite crônica, constantemente relacionada ao desenvolvimento de uma cirrose hepática. Da mesma forma, casos de cirrose hepática, podem estar associados ao desenvolvimento de um câncer de fígado. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 50% dos pacientes com carcinoma hepático apresentam cirrose.
Prevenção
Hepatite B
A prevenção da hepatite B pode ser feita a partir da vacina contra a hepatite B disponibilizada no SUS. Além disso, ainda é preciso realizar o controle efetivo de bancos de sangue através da triagem sorológica. É importante evitar o compartilhamento de alicates de unha, lâminas de barbear, escovas de dente, equipamentos para uso de drogas, da mesma forma que o uso de preservativos nas relações sexuais é essencial. É necessário também o uso de equipamentos de proteção individual pelos profissionais da área da saúde.
Hepatite C
Não existe vacina para a prevenção da hepatite C, mas existem outras formas de prevenção: triagem em bancos de sangue e centrais de doação de sêmen para garantir a distribuição de material biológico não infectado; triagem de doadores de órgãos sólidos como coração, fígado, pulmão e rim; triagem de doadores de córnea ou pele; cumprimento das práticas de controle de infecção em hospitais, laboratórios, consultórios dentários, serviços de hemodiálise; tratamento dos indivíduos infectados, quando indicado; abstinência ou diminuição do uso de álcool; não exposição a outras substâncias que sejam tóxicas ao fígado, como determinados medicamentos.
HIV
Linfoma Não-Hodgkin
Os linfomas são neoplasias malignas (crescimento tumoral das células) que se originam nos linfonodos (gânglios), muito importantes no combate às infecções. “Em pacientes HIV positivo que recebem tratamento adequado e têm boa resposta imunológica, a incidência do câncer fica semelhante aos dos pacientes HIV negativos”, destaca o oncologista.
Prevenção
Para evitar a transmissão, recomenda-se uso de preservativo durante a relação sexual, uso de seringas e agulhas descartáveis, teste prévio no sangue a ser transfundido e uso de luvas quando estiver manipulando feridas ou líquidos potencialmente contaminados. As gestantes devem fazer o teste de HIV e começar o pré-natal o mais cedo possível.
Como um vírus se torna um câncer?
“Os vírus não têm metabolismo próprio. Só conseguem se multiplicar se invadirem uma célula hospedeira. Na invasão, alguns vírus misturam seu código genético com o da célula hospedeira para poder usar esse metabolismo e produzir suas próprias proteínas. Nesse processo, algo pode dar errado e a célula para de funcionar corretamente, se transformando em uma célula cancerígena”, conta Sérgio.
Ele também destaca que, como muitos vírus acabam enfraquecendo o sistema imunológico, caso do HIV, algumas células cancerígenas acabam escapando e se desenvolvendo. Normalmente, o correto é essas células serem destruídas pela imunidade, por isso a importância de tratar corretamente os vírus.