Documento também informa quais grupos criminosos são “amigos” e “inimigos” do PCC em presídios no Estado do Tocantins
Censo revela que PCC tem 3 mil integrantes em quatro Estados do NordesteJosemar Gonçalves / Estadão Conteúdo
Um levantamento feito por um dos membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), uma espécie de censo da facção criminosa dentro e fora das unidades prisionais, obtido com exclusividade pelo R7, revela que existem 3.411 membros do grupo nos Estados do Ceará, Pernambuco, Sergipe e Tocantins.
Por meio de uma ligação efetuada no dia 12 de dezembro de 2017 às 15h22, o integrante da facção conhecido como “Boy” comunica o levantamento semanal de cinco Estados para outro membro do PCC.
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De acordo com o telefonema, 2.036 pessoas integram a facção no Ceará. Em seguida, o integrante diz que existem 427 membros em Pernambuco. Por sua vez, Sergipe conta com 291 homens e Tocantins, 657. Boy informa, também, que “faltou apenas o Estado do Alagoas”, mas que “já está providenciando”.
Tocantins
Em uma reunião do grupo, um dos integrantes solicita informações referentes às facções que compõem os presídios no Estado do Tocantins. De acordo com a tabela, o PCC lidera o ranking com 435 integrantes, seguida de CV (Comando Vermelho) com 330 membros. A lista segue com DZT (Dezertores) com 20 e BDM (Bonde dos Malucos), 3.
O integrante do PCC informa ainda quais são os líderes das demais facções e qual situação se encontram. O chefe do CV seria Vicente, chamado de Carne Dura — este encontra-se em liberdade na cidade de Araguaína. O cabeça do DZT seria Sandro e Babão, o qual cumpre pena em Palmas. No final, diz que o capitão do BDM seria o Dadá, também em Palmas.
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Segundo a tabela, BDM é uma facção “amiga” do PCC; enquanto que CV e DZT, inimigas.
O membro do PCC finaliza informando que Mistério, Constantino e Jaimes fazem parte da comunicação do grupo, enquanto que Rian gere a pontualidade e a luta contra o Comando Vermelho.
Censo Penitenciário
Um dos documento mostra como é feito o controle da facção criminosa PCC em presídios do Estado do Paraná. Perguntas como o nome completo do chefe de segurança da unidade e se existe fiscalização constante no presídio preenchem a lista, que contém ao todo 42 questões.
Por meio de uma ligação efetuada no dia seis de setembro de 2017 e com duração de 20 minutos, um suposto membro da facção solicita ao interlocutor que anote as questões e, posteriormente, repasse ao alvo. Em seguida, pede que encaminhe de volta o formulário.
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Questões como qual a duração do banho de sol na unidade e se os presos vestem uniforme integram a lista. Em seguida, perguntam se os “faxinas” (líderes) são soltos em determinado pavilhão e se os “jets” (membros encarregados de aumentarem a lista de integrantes da facção) percorrem livremente na unidade.
O documento também mostra questões referentes à ressocialização: se existe setor de trabalho na unidade, se há remissão por leitura e quando os livros chegam ao presídio, se existe unidade escolar na penitenciária e se o atendimento hospitalar e jurídico são bons.
R7