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Tramadol associado ao aumento do risco de fratura de quadril em idosos

Pacientes idosos tratados com o analgésico tramadol apresentam um aumento importante do risco de fratura de quadril em comparação com os pacientes que tomam analgésicos com codeína ou anti-inflamatórios não-esteroides (aines) habitualmente utilizados, revela nova pesquisa.

“Dada a importância da repercussão da fratura de quadril na morbidade, na mortalidade e nos custos da saúde, nossos resultados indicam a necessidade de considerar o risco de fratura associado ao tramadol na prática clínica e nas diretrizes terapêuticas”, disse ao Medscape a primeira autora, Dra. Wei Jie, Ph.D., professora associada de epidemiologia hospitalar no Hospital Xiangya da Universidade do Centro Sul da China.

Comentando a pesquisa, o Dr. Shailendra Singh, médico, disse que o “artigo reforça claramente o que já se sabia (…), que os opiáceos estão associados a aumento do risco de quedas e fraturas”.

Os critérios BEERS da American Geriatric Society sobre medicamentos inadequados para os idosos, por exemplo, listam o tramadol e os opiáceos como medicamentos a serem evitados para os pacientes com maior risco de quedas e fraturas, acrescentou o Dr. Shailendra, reumatologista e diretor médico do White River Medical Center nos EUA, que não participou do estudo em tela.

Aumento do risco de fratura de quadril com tramadol mesmo quando comparado à codeína

O novo estudo, publicado este mês no periódico Journal of Bone and Mineral Research, foi feito com dados de 146.956 pacientes do Reino Unido, com 50 anos de idade ou mais, inscritos na The Health Improvement Network (THIN).

Os pacientes tinham iniciado tratamento com tramadol entre 2000 e 2017 para os quadros de dor sem relação com o câncer e não tinham história de fratura de quadril, câncer ou transtorno de uso de opioides.

Na análise de propensão pareada, os pacientes iniciando tramadol foram pareados na proporção de 1:1 a pacientes com características bem ponderadas, identificados como tendo iniciado codeína no mesmo período (146.956 em cada grupo).

Grupos pareados com o mesmo número de participantes também foram formados comparando tramadol e naproxeno (115.109 em cada grupo) ou ibuprofeno (107.438 em cada grupo), ambos aines, ou celecoxibe (43.130 em cada grupo) ou etoricoxibe (27.689 por grupo), ambos inibidores da ciclo-oxigenase 2.

Os participantes nos grupos pareados tinham em média de idade de 65 anos e 56,9% eram mulheres.

Em termos do desfecho primário da incidência de fratura de quadril em um ano, o risco foi maior para o tramadol em comparação à codeína (razão de risco ou hazard ratio, HR, de 1,28), com 518 casos de fratura de quadril na coorte do tramadol (3,7 por 1.000 pessoa-anos) e 401 (2,9 por 1.000 pessoa-anos) na coorte da codeína.

 

 

 

Fonte: MedScape

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