De acordo com um estudo publicado on-line em 02 de março no BMC Medicine, um sono ruim, especialmente no caso de indivíduos com distúrbios respiratórios relacionados ao sono, está negativamente associado a uma vida sem doença cardiovascular (DCV).
Bo‐Huei Huang, da Universidade de Sydney, e colegas estimaram as diferenças na expectativa de vida sem DCV em pessoas com diferentes perfis de sono.
Cinco características do sono foram autorrelatadas e cinco eventos clínicos de transtorno do sono foram definidos e agrupados como “sono saudável”, “sono intermediário” e “sono ruim”.
A análise incluiu 308.683 adultos de meia-idade, identificados do Biobanco do Reino Unido, que forneceram autorrelatos de informações sobre o sono, com dados do vínculo com cuidados primários para 140.181 deles com confirmação clínica de eventos do sono.
Os pesquisadores observaram uma perda gradual na expectativa de vida sem DCV para indivíduos relatando um sono ruim comparados a indivíduos com sono saudável, sendo que as mulheres com sono ruim perdiam 1,80 ano sem DCV e homens com sono ruim perdiam 2,31 anos sem DCV.
No caso de indivíduos com sono intermediário, a perda de anos sem DCV foi de 0,48 para mulheres e de 0,55 para homens.
Homens com insônia clínica ou distúrbios respiratórios relacionados ao sono perdiam 3,84 ou 6,73 anos de vida sem DCV, respectivamente.
Em mulheres, distúrbios respiratórios relacionados ao sono e outros transtornos do sono foram associados a 7,32 e 1,43 anos perdidos, respectivamente.
“Nossa pesquisa mostra que, com o tempo, um sono ruim habitual pode causar um comprometimento significativo da saúde cardiovascular na meia‑idade e na velhice”, disse um coautor em uma declaração.
“A apneia do sono é bem conhecida por aumentar o risco de doença cardiovascular e de outras doenças crônicas, mas esses achados são um alerta de que o sono ruim em geral pode representar um risco significativo para a saúde cardíaca.”
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