Uma nova pesquisa identificou um possível mecanismo para problemas de coagulação do sangue em alguns pacientes COVID-19.
Um novo estudo sugere um possível mecanismo para a presença elevada de coágulos sanguíneos em pacientes COVID-19.
A pesquisa, publicada na revista Circulation , pode ajudar os médicos a desenvolver tratamentos mais eficazes para COVID-19.
O surgimento repentino e a rápida disseminação global do novo coronavírus significaram que as respostas clínicas se concentraram no apoio àqueles com infecções graves, complementadas com intervenções sociais de emergência, como o distanciamento social generalizado, para reduzir as taxas de infecção.
Como o SARS-CoV-2 é um novo vírus, os tratamentos anteriores desenvolvidos para cepas semelhantes não funcionarão necessariamente. Em vez disso, as possíveis terapias precisam ser identificadas na teoria, testadas e, uma vez seguras, implementadas no mundo real. No entanto, tudo isso leva tempo.
SARS-CoV-2 é principalmente um perigo porque para alguns pacientes – particularmente aqueles com certas condições de saúde subjacentes, sistema imunológico comprometido ou que estão mais tarde na vida – um tipo de síndrome respiratória aguda grave pode se desenvolver, semelhante à pneumonia.
COVID-19, a doença causada pelo vírus, inflama os pulmões de uma pessoa.
COVID-19 e coagulação
De acordo com uma entrevista no The Guardian com o Prof. John Wilson, presidente eleito do Royal Australasian College of Physicians, se essa inflamação for grave, material inflamatório pode se acumular no fundo dos pulmões de uma pessoa. Isso pode dificultar a entrada de oxigênio suficiente no sangue, causar o desligamento de órgãos e, potencialmente, levar à morte.
No entanto, além dessa reação semelhante à pneumonia, os médicos também notaram que os pacientes com COVID-19 podem desenvolver danos aos órgãos de uma forma não diretamente ligada à falta de oxigênio no sangue. Isso é particularmente comum nos rins e no coração .
Há evidências de que um problema de coagulação do sangue causa danos a esse órgão. Coagulação é o processo em que o sangue de uma pessoa fica espesso. É crucial para impedir o sangramento de uma pessoa se ela sofrer um corte.
No entanto, se o sangue de uma pessoa coagula muito ou pouco, ela pode ter problemas sérios: muito pouco e pode desenvolver sangramento interno ou externo, como visto na hemofilia . Demais, eles podem desenvolver coágulos sanguíneos que podem causar um derrame ou ataque cardíaco.
Os autores do estudo recente observam que o COVID-19 pode aumentar a coagulação no sangue de algumas pessoas, o que, consequentemente, causa danos aos órgãos à medida que os vasos sanguíneos ficam bloqueados. No entanto, ainda não está claro como ou por que isso ocorre, o que impede o desenvolvimento de tratamentos eficazes.
Neutrófilos e plaquetas
No estudo, os pesquisadores estudaram 62 pacientes, incluindo autópsias em cinco dos quais morreram. Destes indivíduos, 38 confirmaram COVID-19.
Depois de realizar citometria de fluxo multidimensional – uma forma de medir a presença de células específicas em um fluido – e comparar esses resultados com os grupos de controle, os pesquisadores identificaram um número significativo de neutrófilos e plaquetas nos indivíduos.
Os neutrófilos são um tipo de célula imunológica que combate os patógenos que entram no corpo, como o vírus SARS-CoV-2, enquanto as plaquetas são um tipo de célula sanguínea necessária para a coagulação.
Os pesquisadores descobriram que essas duas células pareciam reagir e ativar uma à outra, resultando em coagulação excessiva, bloqueio dos vasos sanguíneos e sérios danos aos tecidos próximos .
Além disso, quando ativados, os neutrófilos exalam estruturas em forma de teia projetadas para ajudá-los a capturar bactérias, mas os especialistas acreditam que elas exacerbam o bloqueio dos vasos sanguíneos.
De acordo com o Dr. Konstantin Stark, do Hospital Universitário Ludwig-Maximilian-University Munich, Alemanha, e co-autor do artigo:
“Esses achados contribuem para um melhor entendimento da fisiopatologia subjacente à progressão da doença no COVID-19. O estudo também identifica a imunotrombose como um alvo promissor para a prevenção e tratamento da insuficiência pulmonar e complicações trombóticas que surgem nos casos de COVID-19. ”
Fonte: Medical News Today
