Cirurgia é feita apenas na região abaixo do umbigo e tem indicações diferentes de abdominoplastia convencional
O que é a miniabdominoplastia
A miniabdominoplastia é uma versão da abdominoplastia, mas que é feita apenas retirando o excesso de pele na região supra púbica (ou seja, na parte inferior do ventre), podendo ser feita a costura dos músculos reto abdominais na parte abaixo do umbigo. Isso resulta em uma cicatriz bem menor que nos casos de abdominoplastia clássica. É um procedimento frequentemente associado à lipoaspiração.
Outros nomes
Minidermolipectomia. Pode ser chamada de lipominiabdominoplastia, quando é associada com a lipoaspiração.
Indicações da miniabdominoplastia
Em geral a miniabdominoplastia é feita em pacientes que estão dentro do peso ideal ou muito próximos a ele e que tenha apenas flacidez abdominal localizada logo abaixo do umbigo, além de casos de afastamento dos músculos reto abdominais apenas nessa região. Em geral ela é justamente feita em pacientes que não conseguem passar pela abdominoplastia tradicional, já que não há flacidez suficiente para levar a pele acima do umbigo até o púbis.
Quem é o profissional apto a realizar a miniabdominoplastia?
Esse tipo de procedimento deve ser feito por um cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Pré-requisitos para fazer a cirurgia
Para essa e qualquer outra cirurgia, é importante que o paciente tenha indicação para o procedimento e também esteja em boas condições de saúde, com doenças crônicas como diabetes e hipertensão controladas. Além disso, é importante que o paciente esteja bem psicologicamente e tenha expectativas reais quanto aos resultados do procedimento.
Contraindicações para miniabdominoplastia
As contraindicações são: obesidade extrema; excesso de gordura visceral; alterações metabólicas, cardiovasculares, pulmonares e de coagulação; instabilidade psíquica; expectativas não compatíveis com a realidade; tabagismo; planos de gestação em curto prazo, dentre outras.
Pré-operatório da miniabdominoplastia
Consiste de avaliação clínica pelo cirurgião, que leva em conta não só a análise do corpo atual do paciente, bem como observando sinais importantes que podem limitar os resultados cirúrgicos como flutuações de peso, histórias de gestações, dietas e exercícios, bem como cirurgias abdominais prévias. Depois são pedidos os exames pré-operatórios (sangue, raio X de tórax, exame de urina e eletrocardiograma) com realização de uma avaliação do risco cirúrgico pelo clínico ou cardiologista. O cirurgião plástico também dá orientações pré e pós operatórias e faz a documentação fotográfica do caso.
Antes da cirurgia é importante o jejum mínimo de oito horas, bem como a suspensão de medicamentos que possam alterar a coagulação sanguínea do paciente.
Como é feita miniabdominoplastia
A cirurgia começa com uma incisão na porção inferior do abdome, geralmente 6 cm de distância do púbis e a pele é retirada ou tracionada até a região central, para vislumbrar a porção de pele e gordura que será ressecada. Pode-se então “costurar” a musculatura reto abdominal, caso seja necessário. Após a ressecção desse fuso de pele (dermolipectomia abdominal) procede-se o fechamento por planos do ferimento e posteriormente coloca-se o curativo. Em casos selecionados, através da mesma cicatriz reduzida podemos tratar essa musculatura também na região acima do umbigo.
O procedimento é feito com anestesia, e pode ser utilizada tanto a raqui (anestesia nas costas) que paralisará e tirará a sensibilidade da região logo acima do umbigo até as pernas; quanto a anestesia geral. Entretanto, a anestesia não é uma regra, tanto que existem cirurgiões que realizam esse procedimento com anestesia local e sedação.
Duração da cirurgia
O tempo da cirurgia varia conforme o caso e até mesmo a associação de outros procedimentos, como a lipoaspiração, por exemplo. Podendo durar de uma hora a duas horas.
Pós-operatório
A maioria dos pacientes já está apta a retornar as atividades cotidianas em uma semana. Porém, alguns cuidados são necessários, como em qualquer outro procedimento cirúrgico. O edema inicial e os hematomas podem demorar a passar, mas em 21 dias uma boa melhora já é esperada. De qualquer forma, é importante ter um cuidado com a exposição solar da região, para evitar que os roxos se tornem manchas.
A recuperação depende de cada paciente, da maneira como cada pessoa responde a um trauma cirúrgico, porém o resultado final poderá ser observado após 4-6 meses.
Os cuidados pós-operatórios são muitos e vão desde a alimentação bem equilibrada e que auxilie na cicatrização dos ferimentos, drenagem linfática para melhorar o edema, deitar de barriga para cima e as pernas fletidas, evitar exercícios físicos por 45 dias após a cirurgia (ou até três meses em casos em que a musculatura é costurada), uso da cinta, entre outros…
Possíveis complicações da miniabdominoplastia
Assim como todo procedimento cirúrgico, a miniabdominoplastia não é isenta de complicações e riscos, apesar de serem baixos. Dentre as possíveis complicações podemos nos defrontar com hematomas, seroma, infecção e abertura das suturas, necrose tecidual, irregularidades, parestesia, trombose venosa profunda, dentre outras. Então, antes de se submeter ao procedimento, é importante conversar com o cirurgião e saber tudo que é possível ocorrer.
Antes e depois da miniabdominoplastia
Os resultados dependem muito do pré-operatório, pois quanto melhores são as condições iniciais, melhor será o resultado final. Porém, os resultados visam eliminação da flacidez localizada abaixo do umbigo, extinguindo, então, aquela parte que incomoda muitas mulheres e melhorando o contorno corporal. Sabe-se que a miniabdominoplastia, quando bem indicada, pode transformar favoravelmente a autoestima do paciente, bem como a sua barriga propriamente dita.
Compare a miniabdominoplastia com a abdominoplastia convencional
A diferença entre a miniabdominoplastia e a abdominoplastia convencional é a porção de pele que será ressecada. Na última isso é feito com a pele desde a cicatriz umbilical até o púbis, diferentemente da miniabdominoplastia que resseca apenas um fuso de pele abaixo da cicatriz umbilical. Ainda pode ser observada que na abdominoplastia é necessário o reposicionamento do umbigo, o que não ocorre na miniabdominoplastia.
Na abdominoplastia convencional é possível realizar a plicatura (costura) de toda a extensão da musculatura dos retos abdominais, diferentemente da miniabdominoplastia que só propicia a plicatura abaixo do umbigo. A cicatriz da abdominoplastia é muito maior, uma vez que será retirada uma porção maior comparada à miniabdominoplastia.
A recuperação da abdominoplastia, por ser uma cirurgia maior, com maior trauma cirúrgico é mais demorada e precisa de alguns cuidados maiores que a miniabdominoplastia, porém cada cirurgia tem a sua indicação precisa e não são substitutas uma da outra.
Fontes
Cirurgião plástico e cosmiatra Márcio Castan (CRM-RS 27.261), membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)
Cirurgião plástico Eduardo Sucupira (CRM-RJ 583.603), membro titular da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Cirurgião Plástico Marcelo Aniceto, especialista em Cirurgia Plástica Estética e Reparadora e Microcirurgia e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica