Hábito de apertar ou ranger os dentes durante o dia pode causar dores nas costas, na cabeça, na face e no pescoço; veja como evitar o problema
As dores mais comuns do ser humano são aquelas que acometem as costas e a região da cabeça, da face e do pescoço. Nas últimas décadas, a comunidade científica tem investido incontáveis esforços e recursos para entender e identificar as causas destes distúrbios.
Assim, a partir disso, seria possível desenvolver ferramentas terapêuticas que consigam reduzir o sofrimento e devolver a qualidade de vida de milhões de pessoas. Nesse sentido, estudos mais recentes têm apontado o bruxismo diurno como uma possível peça deste quebra-cabeça até agora desconhecido.
O que é bruxismo de vigília
O bruxismo de vigília, popularmente conhecido como “bruxismo diurno” ou “bruxismo acordado”, é o hábito de ranger, apertar ou encostar os dentes durante o dia ou apenas contrair a musculatura da face sem necessidade aparente e de forma muito frequente.
Este comportamento inconsciente, gerado por diversos fatores emocionais, como a ansiedade, o estresse e a concentração, pode induzir a dores na região da cabeça, da face ou até mesmo fazer parte de distúrbios associados a quadros de sensibilização central, como a fibromiolagia, distúrbios do sono ou zumbido nos ouvidos.
Vários pesquisadores afirmam que a sua identificação e a reversão são absolutamente necessárias e até indispensáveis para o controle destas dores crônicas, que afetam mais de 30 milhões de brasileiros.
O aspecto silencioso, inconsciente e muito frequente deste hábito dificulta enormemente o seu diagnóstico e controle, levando os indivíduos a se automedicarem e a realizarem tratamentos invasivos e irreversíveis – pouco eficientes e, muitas vezes, contraindicados.
Desta maneira, é possível seguir algumas estratégias simples no dia a dia para combater o bruxismo de vigília e suas consequências. Confira a lista abaixo:
6 formas de combater bruxismo diurno
Pratique a auto observação
Como o bruxismo está intimamente ligado à concentração e ao estresse, recomendamos que você faça uma auto observação durante sua atividade profissional e em outras atividades do dia a dia, como dirigir, ler, ver televisão ou digitar no celular. Repare se nessas horas você.
- Está apertando os dentes
- Está tensionando a boca e os músculos da face
- Tem hábito de roer as unhas, mascar chiclete ou mordiscar objetos com a boca
- Fica arrancando pele do lábio ou mordiscando a bochecha
Todos estes hábitos podem ser considerados fatores de risco para o desencadeamento e manutenção de dores na região da cabeça, da face, da nuca, ombros e costas. Ou seja, são sinais de bruxismo de vigília e indicam a necessidade de buscar um especialista para tratamento.
Esteja em dia com a “higiene do sono”
A má qualidade do sono é um dos fatores de risco para o aumento da tensão, ansiedade e estresse. Assim, recomenda-se zelar por uma boa noite de descanso incluindo certos hábitos na rotina, como:
- Jantar alimentos mais leves (evitando gorduras, frituras e proteínas em excesso)
- Não deitar logo após comer (esperar no mínimo 3 horas)
- Dormir de lado
- Deixar o celular no modo “night shift” a partir das 19h, evitando a luminosidade da tela
- Dormir em local escuro e silencioso
Evite a automedicação e abuso de remédios
O uso abusivo de analgésicos, além de causar distúrbios em vários órgãos (rim, fígado, estômago), pode desencadear dores de cabeça. É o conhecido efeito rebote.
A automedicação, muitas vezes, pode esconder um problema mais grave e o tratamento pode não ser efetivo para o quadro em questão. É importante notar ainda que não existem, até o momento, medicamentos para controlar o bruxismo de vigília.
Tenha cuidado com tratamentos “milagrosos”
Seja por desespero ou falta de informação, muitas pessoas acabam se entregando a tratamentos não comprovados cientificamente na busca pela melhora do problema. Com isso, há um gasto biológico e financeiro incalculável, além de ocasionar a “cronificação” do quadro, dificultando ainda mais a sua resolução. Portanto, sempre busque um profissional capacitado.
Aposte em terapias físicas
Fisioterapia, quiropraxia, acupuntura e outras terapias físicas podem ser muito úteis no tratamento dos pacientes com bruxismo de vigília. Além de promoverem o bem-estar, essas técnicas podem trazer alívio aos sintomas provocados pelo problema através do relaxamento muscular e da descontração mental.
Invista no tratamento por biofeedback
Os tratamentos mais recomendados para o bruxismo de vigília são aqueles que ajudam o paciente a controlar os hábitos diurnos de forma reversível, não-invasiva e não medicamentosa. Colar um post-it no computador, na geladeira, no console do carro ou em outros locais para lembrar de não apertar os dentes é uma estratégia muito utilizada.
Aplicativos de celular ou alarmes que tocam em intervalos predeterminados também propiciam a conscientização do paciente. Todas essas soluções, que são simples e não geram custo nenhum, são conhecidas como biofeedback e são indicadas amplamente por especialistas.
Como tratar bruxismo diurno
Além de todas essas indicações, há ainda uma opção de tratamento “verde”, baseado nos princípios reeducadores do biofeedback, que atuam diretamente no bruxismo de vigília – responsável por boa parte das dores orofaciais nos pacientes.
Trata-se do Liva, um novo conceito terapêutico não invasivo, não medicamentoso, reversível e praticamente sem contra-indicação. Através do uso do Dispositivo Interoclusal de Vigília (DIVA), que tem a função de monitorar, em tempo real, a contração dos músculos da mandíbula e da face, os pacientes conseguem, depois de 90 dias (em média), reverter o quadro.
Após esse período, os pacientes não necessitam mais usar o DIVA, já que foram ?reeducados?: eles já não tensionam a musculatura de forma inconsciente e desnecessária, evitando o aparecimento das dores orofaciais. É um grande avanço no controle da dor e na melhora da qualidade de vida dessas pessoas.
Fonte: Minha Vida